Especialistas debatem modelos sustentáveis de financiamento para o transporte público
25/11/2024 | Geral
O debate foi promovido durante o evento Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste, realizado na última quinta-feira (21), em Brasília.
O transporte público urbano vive um momento de inovação e novas definições, que virão com a posse dos prefeitos em todo o Brasil no dia 1º de janeiro. Dentro desse escopo, especialistas debateram modelos sustentáveis de financiamento para o setor, com uma visão sobre novas possibilidades de políticas públicas, tendo como horizonte os próximos quatro anos dos governos locais. Os temas foram discutidos na última quinta-feira (21), no Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste, em Brasília.
Participaram do painel “Financiamento de Transporte Público” Francisco Christovam, diretor executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU); Virgínia Mesquita, sócia da área de Infraestrutura e Financiamento de Projetos do Demarest; e Sérgio Avelleda, sócio fundador da Urucuia; com moderação feita por Marcos Daniel Santos, diretor na Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades.
O diretor executivo da NTU, Francisco Christovam, destacou a importância do planejamento dentro do setor, tendo como base a implementação de ações de médio e longo prazo. “Nós vivemos um momento de inovação, com possibilidades e alternativas que se apresentam dentro do nosso segmento. Isso nos permite pensar em novas modalidades e tratamentos diferenciados. Neste ano, tivemos o avanço dos debates sobre o marco regulatório; a regulamentação da Reforma Tributária, que irá desonerar o setor; e os debates sobre o SPVAT, que irá destinar de 30% a 45% da arrecadação às cidades com transporte público”, exemplificou.
Os participantes foram unânimes em destacar o grande desafio que os prefeitos terão, a partir de 2025. “É desafiador pensarmos em uma agenda local, de execução, onde ao mesmo tempo os municípios são tão dependentes do Governo Federal”, explicou Virgínia. “Em quatro anos nós podemos fazer muito, mas com inteligência. Neste caso, é preciso um comprometimento com quem precisa, ou seja, com o usuário. Ele deve ser visto como prioridade, com investimentos para uma mobilidade urbana sustentável, segura e inclusiva”, completou Sérgio Avelleda.
Digitalização
Outro tema abordado pelos participantes foi a digitalização do mundo de forma geral e como ela afeta a mobilidade urbana. Francisco Christovam detalhou possibilidades em que as novas tecnologias e os acessos digitais podem se conectar com a questão da mobilidade, proporcionando mais qualidade de uso para o usuário.
“Precisamos entender que as novas tecnologias já existem e podemos nos apoderar dessas ferramentas em duas frentes. Primeiro, eu citaria a base de dados online para planejamento, programação, monitoramento e controle do setor. Além disso, temos que utilizar esses instrumentos para a comunicação, não somente entre as empresas e seus colaboradores, mas também estabelecendo uma ponte entre as empresas e o usuário, oferecendo serviço de qualidade em termos de comunicação e compartilhamento de informações”, explicou Christovam.
Por fim, os participantes trouxeram insights sobre a agenda climática e ambiental, deixando clara a importância da descarbonização dentro do setor de transporte público com a adoção de práticas sustentáveis, como a renovação da frota com veículos menos poluentes. “Esse tema é essencial e precisa ser prioritário. Os modos sustentáveis dentro do setor de transporte público precisam ser financiados”, concluiu Marcos Daniel.
PMU Regional Centro-Oeste
O Parque da Mobilidade Urbana tem como objetivo reunir organizações comprometidas com o desenvolvimento da mobilidade urbana sustentável, disruptiva e inclusiva. O PMU Regional Centro-Oeste teve o Distrito Federal como anfitrião e a Urucuia: Mobilidade Urbana como curadora.
O evento apresentou conteúdo dedicado a gestores municipais para debater melhores práticas, soluções inovadoras e parcerias estratégicas para transformar a mobilidade urbana nas cidades.