Empresas de ônibus que operam nas capitais querem tarifa maior
21/11/2014 | Geral
As empresas de ônibus que operam nas principais capitais do país vão chegar ao fim deste mês com um deficit de 14% das tarifas em relação aos custos de operação.
É o que informou o presidente da NTU (Associação Nacional das Empresas de transporte urbano), Otávio Cunha, nesta quinta-feira (20), dizendo que, até o fim do ano, não vê outra solução para as cidades além do reajuste do setor, que está sem aumento desde junho de 2013, quando protestos se espalharam por todo o país.
Segundo ele, em muitas cidades, contratos assinados entre governo e empresas preveem reajuste anual, mas isso não está sendo cumprido.
No caso de São Paulo, a preocupação de Cunha é com o custo da subvenção que a prefeitura terá que arcar caso não haja reajuste. Segundo ele, de um custo de R$ 1,7 bilhão para complementar a Tarifa, o valor deve ultrapassar os R$ 2 bilhões em 2015.
Auditoria contratada por R$ 4 milhões pela Prefeitura de São Paulo avalia a contabilidade informada pelas empresas de ônibus.
A análise, que deve ser concluída ainda neste ano, servirá de base para a nova Licitação do transporte, em 2015, e para atualizar o modelo de cálculo da passagem e da Tarifa paga às viações.
O SPUrbanuss (sindicato das concessionárias) informou que aguarda os resultados da auditoria e de um possível novo arranjo logístico e financeiro nos contratos.
Para o sindicato, a ampliação de corredores exclusivos de ônibus ajudou a diminuir o impacto dos custos, uma vez que houve incremento de passageiros e menos gastos com combustível, mas que só isso não é suficiente.
O órgão avalia que uma nova forma de distribuição da frota, com viagens mais curtas e rotas mais planejadas, também ajudaria a evitar ampliação no subsídio.
Em relação ao reajuste da Tarifa, o sindicato afirmou que é uma decisão que cabe à prefeitura, assim como arcar com possíveis deficits no sistema, e que as empresas, sendo remuneradas, irão prestar os serviços normalmente.
Fonte: Folha de SP